Ainda a propósito do pepino das tarefas domésticas...

Em conversa com amigas, acerca das listagens apresentadas no post da partilha/delegação de tarefas domésticas pelos mais novos cá de casa, verifiquei haver muitas opiniões, e nem sempre favoráveis. O que muito me surpreendeu.

Não sou de opinião de pôr os miúdos a esfregar chãos ou a arear os tachos, mas levá-los a contribuir e a colaborar para a nossa vivência, e realizarem pequenas tarefas quotidianas, porque não?!

Claro que não há, uma fórmula mágica para pôr as crianças a fazer o que nós queremos, se assim fosse, a nossa parentalidade era tão mais fácil. Temos que ser nós, como adultos, a analisar as características de cada um dos nossos filhos, as suas qualidades, capacidades e pontos fracos, e assim, adequá-los às tarefas que queremos ver realizadas.

Eu como mãe, acho que conheço bem os meus filhos (ohhh doce presunção), como tal, sou eu que escolho as tarefas, mas também tento ser flexível, e dar-lhes instruções claras para eles compreenderem.

Nas tarefas desempenhadas pelos miúdos, somos nós que controlamos e tentamos não interferir mas claro está, vigiamos. Mas caramba, também o que fazem, não é nada de outro mundo... Achamos que são tarefas à medida deles. 

E tentamos motivá-los ao máximo. E não, não é com chantagens, mas sim tentar transmitir um sentimento de valorização e satisfação. Junto com a valorização e satisfação vem também a responsabilização.

Cá em casa não há perfeições... muito longe disso, e muitas das vezes estamos a falar para os pardais, se não mesmo para o boneco.

Faz-se por tentativas e se os miúdos não estão para aí voltados, retorna-se mais tarde. E quando acima digo, que sou flexível nas tarefas, é quando não apetecer fazer alguma, faz outra à escolha... mas faz! Não fazer de todo, é que não é opção!

Mas lá está, é uma tarefa nossa diária de os incentivar e estimular para as tarefas serem realizadas, porque se nós, encararmos as tarefas domésticas uma chatice e intragáveis, os miúdos também as vão encarar assim, nem que seja por imitação. Claro que quando ando a limpar o pó, não ando aos pulinhos e dar risadinhas, como os anúncios norte-americanos dos anos 50 e 60, mas tento não demonstrar como é chatooo limpar o pó.

Agora quanto à nossa adaptação das tarefas, Filho Pequeno enquadra-se aqui:

Filho Pequeno é o mais resistente a fazer as ditas tarefas, pois a resposta preferida desta minha criança é: "Sabes mãe, eu sou muito pequeno para arrumar (e ajudar) a minha idade é para brincar!!!"

Mas da nossa lista, já conseguimos que arrume os brinquedos, uns melhores que outros, assim como tem dias de arrumar mais facilmente. Em relação à sua cama, arruma a almofada todos os dias no armário. A questão de pôr/levantar a mesa das refeições, encarrega-se do seu copo que é de plástico, vai buscar os guardanapos e o pão.

Outras tarefas que não estão na lista do continente e o rapazito faz: tira os plásticos da máquina de lavar loiça (claro que depois tenho um comboio de tupperwares na bancada da cozinha para arrumar) e ajuda a arrumar a sua roupa lavada e passada a ferro nos seus armários (aos sítios que chega) e com muita ajuda da minha parte, como é óbvio, mas as cuecas e as meias já faz praticamente sozinho.

Quanto ao Filho Grande:

Este meu rapaz, está a começar com as hormonas aos saltos e há dias difíceis... péssimos mesmo, mas gosta muito de ser "ajudante" de cozinha, nem que seja para rapar os tachos. Arruma o seu quarto, incluíndo roupa que anda no cabide de parede. Pôe a roupa suja no cesto e é ele que reune os cestos de roupa suja e leva para a lavandaria (cá de casa). Pôe/levanta a mesa. Faz recados e muitos (às vezes contrariado). Tal como o irmão ajuda-me a tirar a loiça da máquina, geralmente o que o irmão não tira e arruma nos armários. E tenta fazer a sua cama (tarefa a melhorar, pois faz mais uma vez contrariado). Está ao seu encargo o comer da nossa Tita (às vezes a gata entra em dieta sem querer).

Em resumo, tentamos que todos colaborem, uns mais que outros. Umas vezes mais agradados do que outras... mas tentamos e tentamos. Há dias que resultam melhores do que outros. Mas achamos fundamental um desenvolvimento de competências, a responsabilização e a partilha de tarefas por todinhos!

Da nossa parte, tentamos fazer esta delegação/partilha pelo reforço positivo, com a recompensa devida, de muitos beijos e abracinhos!